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Do dia 13 ao 15 de dezembro, a capital do Rio Grande do Norte foi sede da Teia Potiguar e do II Fórum dos Pontos de Cultura do Rio Grande do Norte. O evento reuniu representantes de Pontos de Cultura ativos do estado e serviu também de preparação para a Teia Nacional, que acontecerá em Natal de 6 a 10 maio. A programação da Teia RN contou com a apresentação de diversos grupos da cultura local e mesas redondas e debates com representantes dos governos federal e estadual.

A mesa de abertura contou com a presença de Pedro Vasconcellos, da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultura do MinC, Teotônio Roque, da Comissão Nacional de Pontos de Cultura, o deputado Fernando Mineiro, Fábio Lima representando a deputada Fátima Bezerra, Mary Land Brito do IFRN Cidade Alta, Isaura Rosado da Secult/RN, Edmilson Lopes Junior pró-reitor de extensão da UFRN.

O segundo dia da Teia Potiguar foi marcado pelo debate sobre as perspectivas e desafios do programa Cultura Viva. A necessidade da aprovação da Lei Cultura Viva veio à tona durante a conversa. Para Pedro Vasconcellos, secretário de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, a Lei 8.666, que institui normas para licitações e contratos de administração pública, não condiz com a realidade dos Pontos de Cultura e agentes culturais do país. “É uma lei que trata as entidades culturais com a mesma rigidez que trata uma empreiteira que constrói uma ponte, uma obra do estado. Os grupos e as entidades não podem ser prejudicados por mudanças que são normais na dinâmica da produção cultural. É o Estado que tem que se adequar ao processo cultural e criativo do povo brasileiro, e não o contrário”, defende.

No Grupo de Trabalho sobre Educação, Comunicação, Arte e Cultura Popular, as falas e participações dos presentes convergiam para um eixo central de análise: é necessário que os Pontos de Cultura se articulem mais e melhor. Foi levantada a carência de encontros presenciais para que os pontos possam compartilhar contatos e experiências e também a falta de uma ferramenta de deliberação. Ocupar a pauta das grandes mídias e produzir conteúdo próprio na internet em blogs, sites e redes sociais foi uma estratégia levantada pelos participantes. Sobre o assunto, Pedro Vasconcellos comentou que o Ministério das Comunicações está estudando a demanda de antenas GSAC (antenas de internet para locais onde não há acesso à rede).

Rede Livre para a integração dos Pontos

A necessidade de articulação e comunicação entre os Pontos de Cultura foi um dos principais eixos de debate do encontro.  Contemplando essa demanda, o Laboratório de Cultura Digital integrou a programação da Teia Potiguar reazliando mais um Ciclo de Cultura Digital, com a oficina “Rede Livre: como criar seu site, blog ou portal e inserir conteúdo multimídia”. O Ciclo contou com a presença de cerca de 15 participantes, sendo a maioria membros de Pontos de Cultura.

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Durante a oficina, cada um recebeu um usuário na Rede Livre e pôde criar o site de seu Ponto de Cultura ou de projetos pessoais. Todos ficaram livres para escolher a temática do site que gostariam de elaborar. Enquanto o oficineiro, Tiago Stamato, construía no telão o esboço do site da Teia Nacional da Diversidade, os presentes foram construindo e subindo conteúdo em seus próprios sites. Foram apresentadas as ferramentas básicas do WordPress e da Rede Livre, possibilitando um primeiro contato com a produção de websites e dando maior empoderamento aos pontos de cultura, com essa importante ferramenta de comunicação.

Por existir uma diferença de habilidades em informática, que iam além do uso apenas da internet ou WordPress, foi necessário um acompanhamento individualizado. Houve a presença de integrantes de diversas idades e, apesar das dificuldades de cada um e do curto período de tempo, muitos dos sites criados continuam em desenvolvimento pelos presentes, mostrando que o encontro serviu, de fato, para possibilitar o uso de uma ferramenta de comunicação antes desconhecida. Como comentou Marcos, mestre de Capoeira e integrante do Pondo de Cultura Conexão Felipe Camarão, “a oficina oportunizou a possibilidade de construirmos uma ferramenta de comunicação importante para os Pontos de Cultura através do software livre. Foi muito boa a condução da oficina e o resultado. Inclusive eu participei e construí o esboço de um site que pretendo melhorar!”. Já Camila Paula, do Ponto de Cultura Escarcéu, destacou que a oficina foi importante pois permite comunicar e divulgar o trabalho dos Pontos de Cultura e se relacionar com outras entidades que realizam trabalhos semelhantes.

Rodrigo Bico, representante do Ponto de Cultura Rebuliço e coordenador estadual dos Pontos de Cultura, defende que os Pontos de Cultura não podem ficar de fora do debate sobre a Lei dos Meios de Comunicação.  Aponta também a importância  de os Pontos terem uma ação mais ativa na internet, na contramão do que quer a  grande mídia e os que detêm o controle hegemônico.

Para Teotônio Roque, co-organizador da Teia Potiguar e da Teia Nacional, a participação do Laboratório de Cultura Digital contribuiu para ampliação do conhecimento de todos sobre a Cultura Digital, o que está comprovado pelo número maior que o previsto de participantes na oficina da Rede Livre. “Que a gente possa continuar somando esse laços durante a Teia Nacional da Diversidade em maio aqui em Natal”, propôs.